sexta-feira, 26 de julho de 2013

26/07/2013

Tudo é pó:

    Hoje fui comprar uma sandália. A que eu tinha havia rasgado. No supermercado encontrei uma de couro, bonita, eu gosto, coloquei no pé, ficou elegante. Senti um entusiasmo, me enchi de deuses, e como diz o senso comum: me senti feliz. Mas não é felicidade de fato, sei que uma sandália não pode nos fazer felizes, porque passará, como tudo que não é essencial. Esta sandália representa todas as coisas externas e todas as coisas efêmeras que nos fazem sentir essa falsa felicidade, que nos inebria, que nos cega diariamente. 
    Num só pensamento procurei em todas essas coisas uma que resistisse ao tempo e  todas viraram pó. Logo eu estaria infeliz de novo. Mas assim como sei que essas coisas não trazem felicidade real, sei que é possível que existam as que trazem a felicidade real; e elas são exatamente as coisas contrárias àquelas. E todo o principio da felicidade real se resume nisso: ela não está no corpo, ela está toda na alma! Cegamente, sim cegamente, porque achamos que vemos, mas não vemos a essência, vemos só as aparências, acreditamos ver as coisas como elas são! A todo tempo! Nesse caso o verdadeiro cego vê melhor que a maioria dos que enxergam   
    A felicidade está toda na busca, no fortalecimento das coisas essenciais, na alma; pois quanto menos precisamos de sandálias pra estarmos felizes mais próximos estamos da felicidade real. Portanto, procuremos a todo o instante  a essência das coisas, procuremos saber o quanto elas duram, se são efêmeras, procuremos ver além das aparências, algo tão difícil pra nós, acostumados desde cedo a nos alimentar do pão que seguramos com as mãos, e a salivar com o seu cheiro, procuremos nos desvencilhar o mais cedo desse costume, e assim desvencilharmos das aparências efêmeras, e finalmente encontrarmos o essencial das coisas que são eternas, e assim, seremos realmente felizes.

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Em 17 de maio de 2013, o tempo anunciava: há uma batalha no céu. Uma luta entre as nuvens e o sol. Ao sul, monumentais paredes de nuvens pesadas desabavam sobre a terra, impedindo que o menor raio de luz as transpassasse. Ao norte, o sol ainda forte, queimava a terra, solitário, enquanto as infinitas massas de gás que vinham do sul, se aproximavam para fechar o firmamento com uma lentidão trágica, porque o sol estava sozinho, mas não desesperava. E como se fosse um deus, resistia hirto, aquecia e iluminava. Era a metáfora da abnegação.

segunda-feira, 22 de abril de 2013

fenix

Que solidão!
Apenas eu.
Mas eu irei me erguer novamente,
Para depois cair de novo.
Irei começar de novo,
Não sei ainda como.
Mas irei começar de novo,
mais uma vez.
Que solidão!
Mas eu tenho música,
E ela me abraça a alma inteira.