segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Música, música clássica, música erudita

Nunca uma partitura vai transmitir a emoção da voz humana. Formalismo não se envolve com a dimensão passional. E não me comove. Autenticidade é irracional e subjetiva. Claro que o erudito é OBVIAMENTE bom e sensível, mas no âmbito da técnica. Qualquer um pode executar uma partitura independentemente do seu status emocional, sem o revelar inclusive, ao contrário da música sem formalismo e da voz. Me interesso por essa irracionalidade subjetiva capturada na composição popular. Não idolatro a técnica, a fórmula matemática, a reprodução mecânica de uma partitura por um música.


-    Sim. A música erudita ou clássica é rigorosa quanto a técnica, nunca uma partitura ira traduzir uma emoção, a autênticidade é irracional e subjetiva. Não. A música erudita não é somente racional, nenhuma arte o é. Ora, se quem executa qualquer música ou compõe é antes um ser humano, nenhuma arte autêntica pode ser absolutamente racional. Não é e nem pode ser somente técnica, esse é um preconceito de quem não conhece musica erudita ao não ser superficialmente superficialmente o qual afasta muitos possíveis ouvintes dessa arte, tendo que considerar os hábitos e cultura de quem ouve, é claro. É sobretudo por dá grande respaldo á técnica que essa arte é tão grandiosa, pois sem a técnica não se pode evoluir uma arte, todas as artes a tem; o erro está em ver somente a técnica, o formalismo, o racional, pois não é verdade que só existe esse aspecto, a própria música erudita moderna já mostrou que esses valores são apenas uma parte dessa música. A técnica é apenas um apoio pro músico, assim como o pintor precisa ter conhecimento das cores, o arquiteto da geometria, o cineasta da câmera.
     A musica erudita não é maior, nem mais importante que a música popular, porque ela se alimenta desta, no entanto, tem grande importância por ser uma Arte séria, além do alegre, além do gozo efêmero somente; talvez aqui esteja a diferença da popular e erudita: no popular o gozo é tudo, começo, meio e fim, na erudita o gozo é apenas o desfecho, de todo um trabalho gigantesco de gerações de artistas, técnicas, pensamentos, influencias históricas e sociais. A nona sinfonia é um acontecimento humano, por que traz somente nela, a ruptura de toda essa construção humana, dessa forma de arte chamada Música erudita; ainda que erudita, para um nova fase dessa construção, creio progressiva, a nona é um monumento feito de som;  é a clássica quem se preocupa o valor que uma obra carrega, sua temporalidade, sua influencia sobre a alma humana,  na preservação de toda música quanto arte,  em suma, na evolução humana.
     Esses aspectos são difíceis de ver, por que essa musica é uma tradição, de séculos, é necessário observá-la pelo todo, não é ouvindo uma peça qualquer que se entende o valor que o gênero carrega, diferente da popular, e ai esta a virtude, talvez, da popular, quem a ouve não precisa ter certos conhecimentos, apenas ouvir e sentir, pronto,porém não saberá dizer o que ela é, o valor que ela tem! O gozo a primeira audição é possível na erudita, mas nem sempre.  Numa analogia, para interpretar um poema em inglês é preciso saber inglês, sem o inglês tudo não passa de códigos. Daí entra a questão sócio-cultural, dos hábitos, cultura, educação. Mas é preciso chegar a meta, a musica clássica, sendo arte, tem seu subjetivo, irracional, é eles não são nada pequenos, pelo contrario são aspectos gigantescos dessa arte. Não há mais o que falar desses aspectos justamente porque é arte de sons, não de palavras, é necessário ouvi-la com prazer e vontade, tudo com paixão e pensamento, sem isso não fará diferença em esquece-la.
     Dito isso, imaginai um tipo de música na qual toda a base é a parte mais rigorosamente racional já feita, e essa base serve para apoiar o mais alto irracional construído pelo homem. Eis a música erudita.