quinta-feira, 31 de maio de 2012

Filipéia


Ai de ti Filipéia!
em cada uma de tuas mil humildes catedrais
onde os anjos não planam mais,
e os sinos enferrujaram de tristeza
desafinando o som de tua beleza
em cada uma destas mil cidades que fundaram teu coração de pedra

Ai de ti Filipéia!
Pois hoje
Haverá entre teus mais de dois milhões de homens:
um milhão estão a margem
os outros dormem
e destes homens resta algum?

Levanta de teu sono profundo
Emerge da tua secular couraça poeirenta
Ouve teus cantores cantadores
Eles repetem.

Hoje tuas arvores inexoráveis 
Como colossais paredes de granito esverdeadas
Permanecem cravadas no teu pobre peito rachado

Dividido em mil partes de mil cismas empáfias
Do alto do teu céu negro azul escuro
Elas te fitam feito guardiãs

E cantam o canto uníssono de uma enorme muralha furiosa
Num coro reluzente de cor verde que teu negro coração de pedra nunca ouviu.



Um comentário:

  1. Oi Cauim, é a Vi, eu amo mais as plantas do que os livros, ambos são essenciais para nós, mas a prioridade é diferente para cada um.
    Vim te conhecer melhor, visitei outros posts seus, e achei muito legal.
    Beijos,Vi

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